Harry Potter 20 anos

Há alguns anos (e quando eu soube que Harry Potter estava fazendo 20 anos eu me preocupei hahahah) uma de minhas irmãs recomendou muito a história do famoso bruxinho. Contou que o livro era muito mais legal (sempre assim, né) mas que valia a pena ver o filme.

Creio que a questão de ver o filme, nesses casos, fica muito por conta de dar uma cara aos nomes, ou verificar se a cara dada combina com aquilo que imaginamos durante a leitura.

Embora minha irmã tenha dito que o filme era legal, ela fez muitas críticas. O normal, me parece.

2021 finalmente resolvi começar a leitura dos livros que eu ja tinha adquirido há bastante tempo. E, confesso, fiquei me perguntando o motivo de tanto sucesso.

Os livros, embora tenham uma escrita claramente voltada para o público infanto-juvenil, conseguem, de fato, como havia dito minha irmã, prender a atenção e alimentar a imaginação. Quem não gosta de contos de bruxarias, feitiços, etc?

Mas é a construção das personagens que me irrita. Harry é um moleque mimadinho, com síndrome de herói que embora diga que respeita seus amigos, só o faz quando concordam com ele. Aliás, metade dos problemas se dão pois Harry não aceita conselhos e se vê como o único salvador do mundo.

Hermione e Rony parecem ser mais equilibrados, porém a inteligência e dedicação da amiga e o lado mais cômico, festeiro e despreocupado do amigo, costumam ser pontuados como “coisas ruins”.

Outra questão que me irritou muito foi a tradução dos nomes (James virou Tiago, Bill virou Gui, Dudley virou Duda e assim por diante). De novo, é um voltado para um público infantil, mas então por que cargas d’água Hermione ficou Hermione, Neville ficou Neville? Não faz muito sentido e, a meu ver, deixou o texto bem comprometido.

No fim, a história do bruxinho, quando lida, embora tenha lá seus problemas, é bem gostosinha e fácil de acompanhar. Aí fizeram os filmes.

Sem or! Primeiro, não eu nunca tinha visto os filmes. Sei lá, nunca me interessei mesmo. Mas depois de ler os livros, resolvi ver os filmes também. E, sério, gostaria de desver.

A atuação é muito ruim. Muito. Daniel Hadcliffe tem a mesma cara pra rir, chorar, sonhar, fazer magia, etc. Ninguém parece estar muito confortável com o que está fazendo, salvo raras exceções.

Do filme três em diante, a inspiração no livro passou beeeeeem longe. Se você não conhece a história nem da direito para entender o que é que eles estão fazendo.

Aliás, o ator que passa a interpretar Dumbledore a partir do terceiro filme também é uma lástima. Inventaram uns trejeitos bestas, uma infantilidade que, no livro, Dumbledore não tem.

A magia que J.K. Rowling tenta construir nos livros e, em muitos momentos realmente consegue, é dinamitada nos filmes. Lendo é possível torcer pelas personagens, entender como se sentem e porque se sentem daquela maneira. Nos filmes, não.

Claro, há que se pesar o fato de eu estar bem longe da faixa etária de destinação das películas, de as produções começarem a ter sido feitas mais de duas décadas atrás, e o fato de eu, na maioria absoluta das vezes, preferir o livro ao filme/série. Faço uma ressalva à série Outlander em que o roteiro é bastante fiel aos livros. Chega a impressionar.

Harry Potter, me parece, poderia sim ter sido diferente, poderia ter atores que mergulham nas personagens e nos fazem viajar com eles, sentir com eles. Mas, pra mim, não foi o que aconteceu. Parece só que quiseram embarcar no sucesso dos livros e o resto era o resto. Fim.

Bom, foram horas de leitura e horas de filmes. Minha surpresa continua sendo com o sucesso alcançado.

Talvez seja a percepção de uma “trouxa” que inveja os poderes dos bruxinhos, talvez seja a idade, o tempo decorrido, não sei. Quantos aos livros, foram aprovados, de 0 a 10: 6,5 (embora aqui fosse engraçado dar 9 3/4 hahahahhaha). Já os filmes… queria poder desver.