O verão e minhas mazelas

A pior época do ano, a meu ver, é o verão (seguido da primavera, nos dias que antecedem os meses mais quentes do ano).

As coisas ficam chatas, ou melhor, mais chatas; tudo parece lento, empoeirado.

O ar fica péssimo, a respiração tensa, a pele… A cada cinco minutos dá vontade de jogar uma água no corpo para se livrar daquela sensação horrível de “ter areia grudada em você”.

Mesmo a deliciosa chuva, que espero sempre com alegria, vem rapidamente e quando passa deixa aquele mormaço horrível, aquela sensação de que estamos vivendo uma prévia do inferno. Ao menos, o que consola, é que se o inferno existe já estarei acostumada quando chegar lá…

Mas como diz aquele ditado: “nada é tão ruim que não possa piorar”. E eis que resolveram inventar o horário de verão!

Não bastasse acordar quando ainda está escuro, forçar o organismo a se adaptar de maneira um tanto quanto cruel às mudanças do nosso relógio, que desrespeita o relógio biológico, ainda precisamos sair do trabalho, ir para a aula etc., no fim da tarde, com aquele sol escaldante fritando a cabeça!

Economia. É sempre uma excelente justificativa, claro. No entanto, em minha casa nunca recebi uma conta de energia mais barata em função do horário de verão. Quando saio para trabalhar os postes das ruas mantém suas luzes acesas, porque ainda está escuro.  Como o sol está forte ficamos em ambientes climatizados por mais tempo… De forma que economia mesmo, ainda não vi.

Sim, acredito que se eu morasse no litoral, gostasse de sol e praia, provavelmente ficaria muito feliz com o horário de verão. Porém como nenhum desses itens me agrada e como a única atividade – fora a leitura – que desempenho após o expediente é o de dona de casa, não me traz benefício algum algumas horas a mais de claridade (caso contrário passaria os demais meses do ano sem lavar roupa ou varrer a cozinha).  Além disso, moro numa cidade do interior… Praia, só em montagens.

Sinto-me muito mais cansada! E ultrajada! Porque ao fim e ao cabo tenho a impressão de ter perdido pelo menos duas horas por dia! Uma por ter que “acordar mais cedo” e outra por não conseguir dormir no horário habitual! Para se falar no mínimo! Embora sabendo que meu dia continua com suas 24 longas horas, nesta época do ano e, em especial, neste horário terrível, meu corpo sente que o dia mais longo, a claridade intensa, afeta seu bem estar geral.

É óbvio que o meu mimimi não vai mudar nada. Vai me deixar com raiva, mais raiva. O que me dá mais calor. E mais raiva. E quando olho pela janela, às 18:47h, lá está o sol zombando de mim e de minha raiva calorenta!