Ah, o cansaço…

Uma hora o cansaço sempre chega. Mas ultimamente ele tem chegado com muito mal humor, muito sentimento de não saber pra que lado ir, muita tristeza e lágrimas.

Eu sempre sonhei com o mestrado. Era o que eu queria. E eu adoro.

Adoro as aulas, as discussões, os colegas, as coisas que vamos descobrindo.

Só que agora, neste momento, estou na fase mais trash. Aquela em que tudo parece não ter como se encaixar. Em que as palavras não saem, em que as leituras não rendem.

Parece que a única coisa que chega fácil é o choro. Começo a ler, demoro a entender, choro. Começo a escrever, não encontro como dizer o que quero, choro. Olho pras páginas em branco, pros livros cheios, pra mesa abarrotada, choro.

E junto a isso um cansaço infindável. Como se tivesse carregado pedras e pedras e pedras por uma eternidade.

Deito e não durmo. Leio e me perco. Escrevo e apago. E depois eu choro.

Abraço meus gatos e agradeço por tê-los aqui. Por aguentarem essa mãe louca que eles tem e por não reclamarem (na verdade eles reclamam quando me perco nos livros e deixo de acarinhá-los).

Agradeço também aos meus amigos por não me odiarem quando eu sumo e especialmente por me aturarem, quando eu apareço. Pois em muitas vezes começo a contar em que pé estou e as lágrimas surgem, a voz fica embargada e o humor vira do avesso.

Agradeço a meu companheiro por não ter fugido ainda, por rir da minha imensa cobrança comigo mesma e por me distrair e dizer que tudo vai dar certo.

Agradeço a minha orientadora, por acreditar que to indo bem, que as coisas vão acontecer e que o resultado vai ser ótimo.

Agradeço aos criadores de Game of Thrones também. Não fossem eles eu já teria enlouquecido. Os capítulos me deram um momento de relax (embora eu tenha chorado e ficado tensa e odiado um monte de gente da série).

Agradeço cada barra de chocolate e pacote de guloseima que me caiu nas mãos. Graças a eles eu esqueço do mundo e fico me deliciando com as gordices do mundo enquanto penso em como escrever e no que escrever.

São muitos agradecimentos, evidentemente. São muitas pessoas que acompanham essa maluquice. Que tentam entender o que leva uma pessoa a passar por tudo isso e ainda ter a cara de pau de dizer que gosta.

Porque sim, eu gosto. Eu gosto de estudar, eu gosto do que eu faço. Eu só queria ter menos coisas pra fazer enquanto estudo. Parece que assim a carga seria mais leve. A cobrança menor, o cansaço, quem sabe, inexistente.

Queria poder ficar horas olhando pro teto pensando, talvez, de que cor eu deveria pintá-lo. E com isso não me sentir a pior pessoa do mundo por não estar “produzindo”. Queria poder pegar trocentos filmes e séries e vê-las enquanto me empanturro de pipoca e doces. E no fim não achar que eu to perdendo um tempo precioso.

Ah… São tantos quereres…

Se eu não ficasse tão cansada e desanimada já tava bom, eu acho…