Quem é Jesus?

Primeiro a pergunta: fé se discute?
Eu fui criada numa família católica, e meu pai dizia que a independência do católico era a crisma. Quando fui crismada aos 15 anos, decidi abandonar a igreja proclamando minha independência religiosa. Óbvio que é uma briga sem fim até hoje com meu pai. Quando resolvi estudar o islamismo e passei a frequentar a mesquita, meu pai disse que eu tinha ido para o “lado mau”. Depois, resolvi ficar em casa e levar minhas conversas com deus, deuses, divindades etc ao extremo particular.
Então resolvi ser gnóstica. Acabei virando uma gnóstica particular, aqui na paz das minhas 4 paredes, como também ainda sou muçulmana e católica, e atéia, e umbandista, bruxa e pagã.
O problema esbarrava sempre nas minhas oposições a algumas normas inventadas pelos homens, creio eu, ou numa frase que ouvi ha muito tempo atrás: ” Jesus não mora nas casas de pedra, madeira… mora dentro do coração de cada um”. Não me lembro de quem ouvi isso, mas agradeço essa frase.
A questão é, muito se fala desse homem que foi Jesus, e eu adoro estudar religiões. Fico pensando em quem terá sido mesmo ele, e se os tantos concílios do vaticano transformaram ele num ser extraordinário para manter o povo sempre com medo e consequentemente “controlado”. Afinal, faz tempo já que não sei de alguém, independente da religião que tenha, caso tenha, que siga os passos desse homem ai, como se manda.
O último livro que li foi “O evangelho segundo Jesus Cristo” de José Saramago, e cada linha, cada discussão, cada comentário detalhado etc, me fazia pensar que aquilo parecia com um Jesus, um humano de verdade, que talvez tenha se irritado com umas coisas e dito o que pensava, e morto talvez, vai saber.
Todo mundo fala dele, bem ou mal, com mais ou menos certeza, pregando ou apenas citando sua existência, e claro, há os que falam dele para fingir que não sabem que ele existiu – será mesmo que existiu???
E é isso que deve alimentar as coisas. Essa eterna dúvida. Se ele existiu vai voltar porque o apocalipse deixa isso claro, e vai nos punir, se não existiu o que é que vai ser de nós?
Eu não sei se ele existiu como dizem por ai, nem se teve tanta glória e popularidade, nem se estaria feliz com o que vê hoje caso tenha realmente pregado o que pregou, mas sei que a história que ficou é muito boa, e basta que paremos um tempinho para pensar a respeito que as idéias pulam feito pulgas, instigadas por perguntas e respostas que talvez nem o tempo possa nos dar, afinal quem sabe quanto tempo teremos ainda para descobrir???

Comentaristas

Que uma das minhas paixões é escrever metade do mundo – pelo menos do meu mundo – já está ciente. Mas o que acontece depois da postagam poucas pessoas sabem, se é que fora eu, alguém já saiba.
No princípio pensei, bom mesmo que ninguém leia, eu tô fazendo uma coisa que gosto; mas não era bem a verdade. Deve ser como ter um filho que ninguém nunca diz que é bonito ou inteligente ou qualquer coisa que agrade à mãe. Aprendi isso quando escrevi meu primeiro livro, lá na distante 1ª série, em 1988, aos sete anos. Chamava-se “Fofo, o pintinho”.
Como o cérebro guarda certas coisas e outras descarta ainda é minha grande dúvida, até porque não tenho muita paciência para esse tipo de pesquisa, correr atrás das últimas novidades científicas e tal, talvez por isso não tenha tido vontade de ser jornalista: minha curiosidade é muito “limitada”. Usarei limitada para não ficar me estendendo sobre o que não é o assunto deste post. O que importa é que a professora mandou escrever um livro e todos escrevemos, cada um o seu. Na hora de entegar o trabalho meu medo era: ” será que vou ganhar uma estrela?” Porque naquela época o legal era ter uma estrela de papel brilhante recebida pelo bom trabalho, pelo caderno bem cuidado etc.
Quero dizer que desde essa época, meus textos, trabalhos, seminários, monografia etc, são como meus filhos, que eu gostaria que alguém dissesse alguma coisa sobre ele – boa de preferência – mesmo sendo uma represália, mas que me fizesse ver a coisa por outro lado, como a professora que diz:”teu filho tem piolho” e que te leva a cuidar da cabeça do pestiadinho, com todo amor e carinho e uma pitada de culpa por não ter notado antes.
Então, passaram-se os anos, e mais que escrever para meus amigos no msn e depois salvar as conversas porque via ali base para textos que eu sonhava escrever, mais do que meus cadernos de desabafo onde eu punha minhas agonias e minha felicidades e que eu também julgava poder melhorá-las para transformar em textos de verdade, eu resolvi escrever no meu blog.
Lá no começo eu percebi que aquele pensamento de que era só para mim e o que viesse era lucro – e que já disse não era tão verdade – era uma realidade. Aparentemente a única pessoa que sabia que ele existia era eu. Perdida no meu mundo de letras, teclas, canetas e madrugadas que sempre julgo criativas, esperava qualquer comentário sobre “meus filhos”. Um dia veio um comentário. Que lindo. Não dizia que era lindo, não dizia que era perfeito. Dizia o que o comentarista pensava, o que acreditava, independente do que eu havia escrito. E eu aprendi que saber que existem essas pessoas que têm esse trabalho, de ler, de comentar, de se expressar são a riqueza recebida pelo trabalho. São por elas que vale à pena escrever.
Então, meus sinceros agradecimentos a meus comentaristas que enriquecem minhas idéias e me deixam com vontade de dizer: “peraí, como assim???? posso me explicar?” hahahhahahaha.
Escrever, ainda que para uma única pessoa comentar, para que essa única pessoa escreva uma única linha… não há palavras para explicar.
Quanto à arvore? Continua me olhando pela janela, mas não me inspirou como os que comentaram aqui…